Robotaxis da Tesla têm acidentes a cada 100.000 km

By | 04/11/2025

Apesar da contínua promoção de Elon Musk de que a condução autónoma dos Robotaxi é “perfeita”, os dados oficiais revelam o contrário.

A Tesla continua a apostar fortemente na condução autónoma, mas os primeiros dados do seu programa-piloto de Robotaxis em Austin, Texas, mostram que o caminho para a total automação ainda tem obstáculos pelo meio. Até agora, os relatórios de incidentes da Tesla referiam-se sobretudo ao seu sistema de assistência à condução de Nível 2, no qual o condutor deve manter sempre as mãos prontas para assumir o controlo. Com o serviço Robotaxi, a empresa mudou o supervisor humano do banco do condutor para o banco do passageiro, o que elevou o sistema para o nível L4 que exige novos relatórios obrigatórios à NHTSA, a autoridade rodoviária norte-americana.

Desde o arranque limitado em Junho, a frota de Robotaxis da Tesla percorreu 402.300 quilómetros e registou quatro acidentes. Três ocorreram em Julho, no primeiro mês de operação, e outro foi adicionado em Setembro. Na prática, isto equivale a um acidente por cada 100.584 km percorridos – e isto com um supervisor humano a bordo, que pode parar o veículo instantaneamente em caso de risco. No entanto, a Tesla continua a omitir detalhes essenciais sobre os incidentes, o que dificulta a análise independente (até para os casos em que se possam tratar de acidentes menores, como simples toques, ou que nem sejam da sua responsabilidade).

A comparação com a Waymo ajuda a colocar os números em perspectiva. A concorrente já percorreu mais de 200 milhões de quilómetros em modo totalmente autónomo, sem condutor humano, e registou 1.267 acidentes, um por cada 158.682 km – uma taxa de incidentes bastante inferior à dos Robotaxis da Tesla, que ainda contam com supervisão humana – e em que grande parte foi culpa de outros veículos. A grande questão que fica é: quantos acidentes terão sido evitados graças à intervenção desses supervisores? A Tesla não divulga dados sobre o número de vezes que o condutor de segurança teve de intervir, deixando o público apenas com a informação básica comunicada às autoridades.

O desejo de manter esta informação “secreta” pode também explicar porque motivo a Tesla ainda não lançou o serviço Robotaxi na Califórnia, onde existem mais exigências a nível dos serviços de táxi autónomos, incluindo a divulgação do número de vezes em que os supervisores de segurança tiveram que intervir e parar o veículo.

(Prnik)