Há consumidores que não aceitam que a “compra” de filmes não seja uma compra verdadeira nas plataformas de streaming de vídeo.
Um novo processo judicial está a gerar pressão sobre a forma como as plataformas de streaming apresentam as suas opções de compra digital. Muitas plataformas disponibilizam opções para “alugar” ou “comprar” filmes, mas a opção “comprar” não significa uma posse definitiva. Na prática, trata-se apenas de uma licença para ver o conteúdo enquanto o serviço mantiver os direitos de distribuição, o que quer dizer que um filme “comprado” pode desaparecer da biblioteca do utilizador a qualquer momento.
O caso, apresentado na Califórnia contra o Prime Video da Amazon, acusa a empresa de publicidade enganosa. A queixa alega que a palavra “comprar” transmite a ideia de propriedade total, quando na realidade os utilizadores apenas recebem uma licença limitada e revogável. O processo ganha força graças a uma nova lei na Califórnia que proíbe o uso de termos como “comprar” ou “adquirir” sem uma explicação clara das condições de acesso limitado. A Amazon já tinha enfrentado queixas semelhantes no passado, mas a nova legislação pode alterar o desfecho. A lei exige que os vendedores digitais informem de forma explícita e antes da compra que “comprar” conteúdo digital significa apenas obter uma licença, e que esse acesso pode ser retirado.
O caso pode ter impacto em toda a indústria de streaming. Muitas plataformas, e não apenas o Prime Video, usam a mesma linguagem ao vender conteúdos digitais. Se a acção tiver sucesso, as empresas poderão ser obrigadas a repensar a forma como comunicam estas opções, garantindo que os clientes entendem que estão a pagar pelo acesso e não pela propriedade dos conteúdos, e que isso é algo bastante relativo que não dá qualquer real garantia de acesso ao que “compraram”.
(Ptnik)
