Pais contra proibição de telemóveis nas escolas

By | 22/04/2024

Nos EUA assiste-se a um caso curioso, de escolas que querem proibir o uso de telemóveis / smartphones, mas que enfrentam a oposição dos pais dos alunos.

As gerações mais recentes nasceram e cresceram tendo por garantido que a internet é algo que se transporta constantemente no bolso, nem fazendo ideia de que, há não muito tempo atrás, fazer um telefonema era algo que estava implicitamente associado a ficar fisicamente limitado ao comprimento do cabo do telefone até ao final da conversa.A evolução é positiva, mas com isso têm surgido também mais diferenças nas atitudes e nos paradigamas da educação, tanto em casa como nas escolas.

Muitas escolas consideram os smartphones como elementos perturbadores dentro e fora das salas de aula. Não é incomum verem-se crianças e adolescentes, durante os intervalos, isolados cada um no seu mundo agarrados aos smartphones; e isto sem entrar em cenários mais problemáticos, como usarem os smartphone para gravarem abusos a colegas e multiplicarem o factor de bullying. Por outro lado, há também vertentes que se podem considerar positivas, e que podem até incluir coisas como monitorização de parâmetros de saúde em crianças com diabetes. A grande questão é que parece ser difícil encontrar um equilíbrio entre ambos.

Há escolas que adoptam a postura mais simples de proibir o uso de smartphones, mas isso tem enfrentado a oposição de muitos pais, que consideram ser um direito seu estarem em contacto permanente com os seus filhos. Um direito ao qual as escolas respondem habitualmente: “enquanto os alunos estão à nossa responsabilidade, cabe também à escola servir como ponte de comunicação no caso de um aluno querer telefonar aos pais ou vice-versa.

Será necessário que, ao estilo das aulas de cidadania, também se comece a integrar no currículo uma componente das boas regras de utilização de dispositivos electrónicos? Uma que promova a socialização dos alunos dentro do recinto escolar sem que se tenha que chegar ao ponto da proibição total? Talvez. Mas enquanto as escolas não chegam a um consenso, tudo o que os pais podem (e devem) fazer é começar por fazer isso mesmo durante todo o restante tempo em que os seus filhos não estão na escola. E podem começar facilmente por usar as ferramentas de controlo de tempo presentes em sistemas como o Android e iOS, inicialmente para avaliar o tempo que é passado a usar os smartphones, e posteriormente podendo aplicar limites de tempo de utilização do dispositivo, apps, ou horário permitido, para combater potenciais excessos.

(Ptnik)