Google Search Live é lançado: o que é e como funciona a busca com IA

By | 27/09/2025

A forma como pesquisamos na internet está mudando novamente. Depois de anos em que o teclado e a digitação foram o padrão, e mais recentemente a busca por voz e o Google Lens ganharam espaço, o Google Search Live promete levar a experiência a outro nível: uma interação multimodal em tempo real, que combina voz, texto e câmera.

O recurso saiu oficialmente da fase beta e começa a ser liberado para usuários em mercados selecionados. Neste artigo, você vai entender o que é o Google Search Live, como ele funciona, suas diferenças em relação a outras ferramentas da empresa, suas aplicações práticas, e também os desafios que ele traz em termos de confiabilidade e privacidade.

O lançamento reforça a corrida das Big Techs para dominar o campo da Inteligência Artificial (IA), em especial a chamada IA multimodal, que promete integrar diferentes formas de interação para tornar a busca mais natural. Mas será que essa promessa se traduz em benefícios reais para os usuários — e quando ela chegará ao Brasil?

Google Search Live

O que é o Google Search Live?

O Google Search Live é uma funcionalidade dentro do aplicativo do Google que permite conversar com a busca em tempo real. O usuário pode usar a câmera para mostrar objetos, ambientes ou situações, enquanto faz perguntas por voz ou texto, e a IA responde com informações contextualizadas.

Na prática, é como se a busca deixasse de ser um simples campo de pesquisa para se tornar um assistente interativo, capaz de interpretar diferentes sinais simultaneamente e manter uma conversa contínua.

Mais que uma busca por voz: a chegada da IA multimodal

O termo IA multimodal significa que a tecnologia consegue processar e cruzar informações de várias fontes diferentes — imagens, sons e textos — ao mesmo tempo.

Enquanto a busca tradicional se baseia em palavras digitadas, e o Google Lens depende de imagens, o Search Live vai além: ele integra tudo em uma única conversa. Isso permite, por exemplo, apontar a câmera para uma planta, perguntar seu nome, e depois questionar se ela pode ser cultivada em determinado clima, sem precisar iniciar uma nova pesquisa.

Diferenças para o Gemini Live e Google Lens

Muitos usuários podem se confundir entre o Search Live, o Gemini Live e o Google Lens, mas cada ferramenta tem um papel distinto:

  • Google Lens: analisa imagens estáticas para identificar objetos, traduzir textos e sugerir informações.
  • Gemini Live: oferece uma experiência de chat por voz com IA generativa, ideal para diálogos mais abertos e criativos.
  • Google Search Live: combina elementos dos dois, mas com foco específico em buscar informações em tempo real sobre o que o usuário está vendo e perguntando.

Essa integração dá ao Search Live um caráter único: é uma busca viva, contextualizada e interativa.

Como a busca ao vivo funciona na prática?

Segundo o Google, a experiência prática é simples e intuitiva. Você abre o aplicativo, ativa o Search Live, e a câmera passa a ser a “porta de entrada” para a conversa com a IA.

Entre os exemplos divulgados pela empresa estão:

  • Identificação de plantas ou objetos desconhecidos.
  • Auxílio em receitas, como acompanhar o preparo de um matcha em tempo real.
  • Suporte em reparos domésticos ou eletrônicos, com dicas visuais e explicações passo a passo.

O diferencial está na possibilidade de fazer perguntas de acompanhamento, como em um bate-papo. Se você mostra uma peça de bicicleta, pode perguntar primeiro o nome, depois como substituí-la, e ainda se existem alternativas mais baratas.

Esse aspecto interativo transforma a busca em uma experiência de diálogo, em vez de uma simples consulta isolada.

O futuro da busca ou um mar de desinformação?

Apesar de seu potencial revolucionário, o Google Search Live levanta dúvidas importantes sobre confiabilidade e segurança.

O desafio das “alucinações” da IA em tempo real

Um dos maiores riscos da IA multimodal é a possibilidade de gerar respostas incorretas — as chamadas alucinações da IA. Isso pode ser especialmente problemático em situações práticas, como quando o usuário busca ajuda para consertar um eletrodoméstico ou segue instruções em tempo real.

O Google promete transparência, incluindo opções para pedir citações e fontes, mas ainda assim a confiança plena depende de avanços na forma como os modelos processam e validam informações.

Privacidade em foco: sua câmera como os olhos do Google

Outro ponto sensível é a privacidade. Para funcionar, o Search Live precisa de acesso contínuo à sua câmera e ao ambiente ao redor.

Embora o Google declare que respeita políticas de privacidade e segurança, a simples ideia de transformar a câmera em uma “ponte de observação” para a empresa levanta preocupações. O quanto dessas imagens será armazenado, processado ou usado para treinar modelos? Essas são questões que ainda carecem de respostas claras.

(LinuxSU)