Whitney Houston vai em digressão. Está morta há 13 anos

By | 23/09/2025

Os concertos serão possíveis graças a uma tecnologia de inteligência artificial que permitiu isolar a voz da cantora após serem perdidas muitas das gravações multipista originais.

Treze anos depois da morte prematura de Whitney Houston, aos 48 anos, uma das vozes mais celebradas da história da música vai regressar aos palcos em digressão — graças à inteligência artificial.

Uma nova série de concertos, The Voice of Whitney: A Symphonic Celebration, estreia a 20 de setembro, combinando vozes isoladas, vídeos de arquivo e atuações ao vivo de orquestras sinfónicas. Ao contrário dos concertos anteriores de tributo póstumo, esta produção exigiu tecnologia avançada para ultrapassar um obstáculo único: muitas das gravações multipista originais de Houston tinham sido perdidas.

Para tornar o espetáculo possível, os produtores da Park Avenue Artists fizeram uma parceria com a Moises, uma plataforma musical com inteligência artificial especializada na separação de áudio. A empresa utilizou os seus modelos proprietários para isolar as vozes de Houston das faixas de estúdio totalmente misturadas, reconstruindo-as com uma qualidade próxima da original. “Tivemos de isolar os vocais de Whitney sem comprometer o poder emocional da sua performance”, disse o cofundador e CEO da Moises, Geraldo Ramos. “Um espetáculo como este simplesmente não teria sido possível há cinco anos.”

A digressão coincide com o 40.º aniversário do álbum de estreia de Houston, lançado em fevereiro de 1985. Após uma antestreia em Nashville este verão, o espetáculo expande-se agora para sete cidades dos EUA, incluindo Cincinnati, Wilmington, Thousand Oaks, Carmel, Waukegan, Palm Desert e Mesa. Os fãs podem esperar um repertório com os êxitos mais acarinhados de Houston, como I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me), I Will Always Love You e Higher Love.

Moises, que opera 45 modelos proprietários de IA capazes de processar 2,5 milhões de minutos de áudio diariamente, vê o projeto como uma prova de conceito para futuras colaborações com artistas consagrados, refere o Fast Company. O co-presidente da Park Avenue Artists, Ross Michaels, descreveu a digressão como “um exemplo poderoso de como a IA pode honrar o legado dos artistas e, ao mesmo tempo, enriquecer a experiência do público de formas belas e respeitosas”.

Esta não é a primeira vez que o espólio de Houston aprova uma digressão póstuma. Em 2020, uma produção baseada em hologramas foi lançada globalmente, revivendo a sua imagem em palco ao lado de uma banda ao vivo. Este esforço, supervisionado pela Base Hologram, seguiu-se a homenagens semelhantes a Roy Orbison, Buddy Holly e Maria Callas.

Ainda assim, as apresentações póstumas continuam a ser controversas, com os críticos a questionarem o consentimento e a integridade artística.

ZAP