Apagão de abril: estudo da Ookla revela a melhor e pior rede móvel em Portugal

By | 22/07/2025

Logo da Digi em bolha

O grande apagão que afetou a Península Ibérica no passado dia 28 de abril serviu como um verdadeiro teste de fogo para as redes móveis nacionais. Um novo estudo da Ookla, publicado na semana passada, analisou a performance das operadoras e os resultados são claros: a Meo destacou-se pela sua robustez, enquanto a Digi foi a rede que mais sofreu com a falha de energia.

Digi: a mais recente e a mais vulnerável

De acordo com o relatório, intitulado ‘Vulnerabilidade à Resiliência: Como as Redes Móveis Portuguesas Reagiram ao Apagão na Península Ibérica’, os clientes da Digi foram os mais penalizados. O estudo revela que os utilizadores desta rede tiveram uma probabilidade “significativamente” maior de sofrer uma perda total de serviço.

Os números são impressionantes: no pico da crise, até 90% dos clientes da Digi ficaram sem qualquer tipo de cobertura móvel por um período superior a 24 horas. Segundo a Ookla, esta vulnerabilidade “expôs lacunas críticas na redundância em várias camadas de infraestrutura”, um reflexo do que poderá ser uma “construção de rede menos madura” por parte da operadora em território nacional.

Meo demonstrou ser a mais robusta

No outro extremo do espectro, a Meo, da Altice Portugal, provou ter a infraestrutura mais resiliente. A operadora conseguiu mitigar e atrasar de forma considerável os efeitos do apagão, graças a “reservas robustas e amplamente implantadas de baterias” nas suas estações.

A diferença de performance é notória nos dados. No auge da falha de energia, um cliente da Meo tinha metade da probabilidade de ficar sem serviço em comparação com um cliente da NOS. A vantagem era ainda maior face à Vodafone (quatro vezes menos provável) e à Digi (seis vezes menos provável). Graças a esta resiliência, a Ookla estima que “dezenas de milhares de assinantes da Meo” conseguiram manter-se contactáveis e com acesso a dados durante todo o dia 28 de abril.

Um retrato assimétrico da resiliência nacional

O impacto geral do apagão foi vasto, com mais de um em cada três utilizadores de redes móveis em Portugal a ficar sem serviço durante o pico das interrupções.

Contudo, o estudo salienta uma conclusão preocupante: a discrepância no desempenho entre as operadoras portuguesas foi “significativamente maior do que na Espanha”. Este dado revela uma “assimetria muito mais profunda no nível de resiliência de energia nas redes móveis de Portugal”, mostrando que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que a infraestrutura de comunicações do país está preparada para falhas desta magnitude.

(TT)