Linux Mint 22.2: o tão aguardado login por impressão digital é oficial!

By | 11/06/2025

No seu mais recente resumo mensal de novidades, a equipa por trás do Linux Mint anunciou uma funcionalidade que os utilizadores pediam há muito, muito tempo. A distribuição, famosa pela sua simplicidade de utilização, vai finalmente receber suporte nativo e integrado para início de sessão através de impressão digital.

Para um sistema operativo que construiu a sua reputação com base numa experiência de utilização confortável e que “simplesmente funciona” para novos utilizadores de Linux, a ausência desta conveniente funcionalidade de segurança era uma lacuna notória, especialmente nos portáteis modernos.

Fingwit: o novo cérebro por trás da autenticação

A nova funcionalidade chegará com o Linux Mint 22.2 e será alimentada pelo Fingwit, um novo XApp desenvolvido de raiz pela equipa do Mint. Esta aplicação encarrega-se de detetar o leitor de impressões digitais do seu computador e de registar os seus dados biométricos. Uma vez configurado, poderá usar a sua impressão digital para desbloquear o ecrã de início de sessão, o protetor de ecrã, para autenticar comandos sudo e qualquer outra ação administrativa que exija a introdução de uma palavra-passe.

Mais inteligente do que um leitor comum

O que torna esta implementação particularmente interessante é a forma como lida com situações onde a impressão digital, por si só, não é suficiente. O Fingwit utiliza o fprintd como motor de suporte, mas a equipa do Mint afirma que o seu módulo de autenticação personalizado é suficientemente inteligente para detetar casos complexos.

Por exemplo, se a sua pasta pessoal estiver encriptada, é absolutamente necessário usar a palavra-passe no arranque para a desencriptar. Usar apenas a impressão digital levaria a uma sessão com erros. O Fingwit antecipa este cenário e, de forma dinâmica, solicita a palavra-passe em vez do dedo, garantindo que tudo corre como esperado. A equipa salienta que o Fingwit poderá ser executado “em qualquer ambiente de trabalho e em qualquer distribuição Linux”.

Parceria com a Framework e outras melhorias a caminho

Um dos grandes impulsionadores deste desenvolvimento tem sido o trabalho contínuo da equipa com a Framework. Os testes realizados no hardware da empresa levaram a equipa do Mint a melhorar o suporte para as funcionalidades presentes nos portáteis mais recentes. Esta parceria foi também a razão pela qual o Mint 22.1 recebeu perfis de energia e pela qual o Mint 22.2 será lançado com um kernel HWE (Hardware Enablement) mais recente.

Para além disto, foram anunciadas outras melhorias. Aplicações essenciais como o calendário (gnome-calendar), o digitalizador de documentos (simple-scan) e o analisador de utilização do disco (baobab) serão atualizadas para as suas versões mais recentes baseadas em libAdwaita. Para resolver a frustração antiga de aplicações libAdwaita que ignoram os temas do sistema, os programadores corrigiram a biblioteca. Indo mais além, criaram um fork completo, dando origem a um novo projeto chamado libAdapta.

Aviso crítico: Linux Mint 20.x chegou ao fim de vida

Numa nota final e de extrema importância, a equipa deixou um aviso sério aos utilizadores de versões mais antigas. A série Linux Mint 20.x, que inclui as versões 20, 20.1, 20.2 e 20.3, atingiu oficialmente o seu Fim de Vida (End of Life) em abril de 2024.

Isto significa que, embora o sistema continue a funcionar, já não recebe quaisquer atualizações de segurança dos repositórios oficiais, deixando-o vulnerável a ameaças. A equipa apresentou duas opções:

  • Instalação de raiz (recomendado): A via mais limpa e segura é fazer uma nova instalação de uma versão mais recente, como o Mint 22.1, que oferece suporte até 2029.
  • Atualização no local: Em alternativa, pode tentar um processo de atualização longo e complexo, que envolve múltiplos passos para passar da versão 20.x para a 21.3.

(TT)