O comodismo digital e o risco de delegar a inteligência

By | 11/05/2025

Vivemos numa era em que a inteligência artificial (IA) deixou de ser um conceito futurista para se tornar uma ferramenta quotidiana. Seja para escrever um texto, resolver um problema matemático ou gerar ideias, os sistemas de IA oferecem uma resposta rápida, estruturada e, muitas vezes, convincente.

O problema não reside na existência da IA, mas na forma como nos dispomos a usá-la. Cada vez mais pessoas recorrem a estas ferramentas para realizar tarefas que, idealmente, exigiriam reflexão, esforço e desenvolvimento pessoal. A tentação é compreensível: por que investir horas num ensaio ou num relatório quando um assistente artificial o pode produzir em minutos? Mas esta escolha confortável levanta uma questão essencial: de quem é, afinal, o mérito do trabalho produzido?

A honestidade intelectual pressupõe o reconhecimento do próprio esforço e da origem das ideias que apresentamos. Quando alguém se apropria de um conteúdo gerado por uma IA sem o reconhecer como tal, está a quebrar esse princípio ético. Mais do que plágio tradicional, trata-se de uma forma moderna de desresponsabilização intelectual: o autor assume os louros de algo que não produziu, não compreendeu totalmente e, em muitos casos, nem sequer reviu com espírito crítico. Este comportamento enfraquece o valor do conhecimento e dilui o compromisso com a verdade.

Paralelamente, há uma consequência silenciosa, mas igualmente grave: a perda de aptidões. Ao delegarmos constantemente em terceiros — sejam humanos ou algoritmos — funções que deveriam fazer parte da nossa especialidade, corremos o risco de desaprender. A escrita, por exemplo, é mais do que uma técnica: é um exercício de pensamento. Redigir um texto obriga à organização de ideias, ao confronto com a dúvida, à procura de coerência. Quando evitamos esse processo, estamos a atrofiar uma capacidade essencial para qualquer cidadão crítico e autónomo.

Claro que a IA pode — e deve — ser usada como apoio. Pode ajudar a esclarecer conceitos, sugerir estruturas, inspirar alternativas. Mas não deve substituir o processo criativo, analítico e reflexivo que caracteriza o verdadeiro trabalho intelectual. Usar a IA com responsabilidade exige maturidade, consciência ética e, sobretudo, a recusa do caminho mais fácil quando este compromete o nosso crescimento pessoal.

No fundo, o grande risco da era da inteligência artificial não é a máquina tornar-se mais inteligente do que o ser humano, mas o ser humano desistir de o ser.

ChatGPT

2025

Notas:

(1)     Título e texto escrito pelo Chat GPT (https://chatgpt.com/) com base no prompt “Escreve-me um texto com 4000 a 500 palavras sobre o comodismo de pedir a um qualquer sistema de inteligência artificial que faça o nosso trabalho. Ressalte a atitude de não nos preocuparmos quer com a honestidade intelectual da autoria, quer com a perda de aptidões que pode decorrer de delegarmos em terceiros aquilo que deveria ser a nossa especialidade.”

(PVD)