Se não conhece o nome de Vlad, o Empalador, deixamos uma breve biografia. Segundo filho de Vlad Dracul (que pode ser traduzido por Dragão), Vlad III foi um príncipe da Valáquia (região da Roménia) no século XV. Recebeu o cognome Empalador por essa ser a sua forma de eleição de eliminação dos inimigos e serviu de inspiração para Bram Stoker na escrita do livro Drácula e respetiva personagem principal.
Devido a uma vida envolta em violência extrema (nasceu em 1431 e faleceu em 1476, estando associado à morte de 80 mil pessoas), Vlad III foi associado a uma série de lendas. Uma delas foi agora confirmada. O ‘Filho do Dragão’ não era um vampiro, mas chorava lágrimas de sangue.
O método
Um grupo de investigadores publicou um estudo no Analytical Chemistry onde revela que Vlad, o Empalador, sofria de hemolacria, uma doença rara em que a pessoa chora sangue. Para chegarem a esta conclusão, os cientistas analisaram três cartas escritas por Vlad: duas datadas de 1475, guardadas em arquivo durante mais de 500 anos; e uma outra de 1457, restaurada em Bucareste no século XX.
Depois de recolhida uma amostra não invasiva das cartas, foi aplicada uma análise proteómica às cartas. As proteínas e moléculas extraídas foram analisadas por espectrometria de massa, com a equipa de investigadores a focar-se nas mais antigas e degradadas por serem as que têm maior probabilidade de serem do próprio Vlad.
As conclusões
Assim, como revela o Ars Technica, foram identificados 100 peptídeos humanos e mais 2000 de bactérias, vírus, insetos, fungos e plantas. Os 31 peptídeos humanos considerados particularmente interessantes estão relacionados com proteínas do sangue, sistema respiratório, ciliopatia, doenças retinais ou processos inflamatórios.
Uma das cartas de 1475 continha três peptídeos especificamente associados a proteínas da retina e lágrimas. Os investigadores concluíram que Vlad III sofria de hemolacria, a já referida condição médica em que a pessoa chora lágrimas de sangue, tendo ainda problemas respiratórios e inflamação na pele. O estudo levanta ainda a hipótese de ele poder ter estado exposto a uma bactéria ligada a uma praga ou peste.
(Exameinformatica)