Localizada a 2500 anos-luz de distância da Terra, a Nebulosa do Anel tem mais de 20 mil glóbulos densos e ricos em hidrogénio.
O telescópio espacial James Webb captou novas imagens que revelam detalhes inéditos da Nebulosa do Anel. Através dos instrumentos NIRCam e Miri, foi possível observar o anel interior, que tem uma estrutura em filamentos, bem como a área externa do objeto.
“A nebulosa tem a forma de um donut distorcido (…) Embora o centro desse donut possa parecer vazio, na verdade ele está cheio de material de menor densidade que se estende em várias direções, criando uma forma semelhante a uma bola de râguebi encaixada no espaço central do donut”, descreve a Agência Espacial Europeia (ESA).
“O colorido anel principal é composto por gás emitido de uma estrela a morrer no centro da nebulosa. Esta estrela está a caminho de se tornar uma anã branca, ou seja, um corpo muito pequeno, denso e quente que é a fase final de uma estrela como o Sol”, explica a ESA.
Roger Wesson, da Universidade de Cardiff, esclarece que “a Nebulosa do Anel é um alvo ideal para desvendar alguns dos mistérios das nebulosas planetárias”, isto porque “está próxima da Terra, é brilhante e visível com binóculos numa noite clara de verão”.
“As observações do Webb fornecem informações valiosas, uma vez que a Nebulosa do Anel se encaixa perfeitamente no campo de visão dos instrumentos NIRCam e MIRI, permitindo-nos estudá-la em condições espaciais sem precedentes”, afirma o investigador, em declarações citadas pela NASA.
“Quando vimos as imagens pela primeira vez, ficámos impressionados com a quantidade de detalhes. O anel brilhante que dá nome à Nebulosa é composto por cerca de 20 mil glóbulos densos e ricos em hidrogénio, cada um deles com a massa da Terra. Dentro do anel, há uma faixa estreita de emissão de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Fora do anel brilhante, vemos ‘espinhos’ que apontam para longe da estrela central”, acrescenta.
A Nebulosa do Anel está localizada a 2500 anos-luz de distância da Terra e é também conhecida como M57 e NGC 6720. Foi descoberta em 1779 pelos astrónomos Antoine Darquier de Pellepoix e Charles Messier enquanto seguiam a rota de um cometa na constelação de Lyra.
(TSF)