Threads: já fizemos o teste da nova rede social da Meta

By | 09/07/2023

Com todas as medidas que Elon Musk aplicou no Twitter ao longo dos últimos meses, existe um forte descontentamento com a plataforma, o que também leva a que muitos utilizadores estejam à procura de formas alternativas.Alguns consideram que o Mastodon e Bluesky podem ser uma das opções. No entanto, o novo Threads parece ser um dos concorrentes mais pesados para a plataforma. Em parte porque, ao contrário dos rivais, esta plataforma conta com o suporte da Meta, e abre novas portas que podem ajudar a atrair mais utilizadores do Twitter para saírem dessa plataforma.

Threads: já fizemos o teste da nova rede social da Meta

A sua integração com Instagram é notável, e isso torna-a também uma das principais atrações. Rapidamente os utilizadores podem criar uma conta, e acompanhar os seus amigos e conhecidos – sem terem de esperar que os mesmos decidam sair para o Mastodon ou Bluesky.

Mesmo não estando disponível na União Europeia, e a versão web ainda se encontrar bastante limitada, o TugaTech experimentou algumas das novidades desta plataforma, para lhe trazer em primeira mão o que esperar da mesma.

Durante o dia de hoje já tínhamos revelado como pode instalar a Threads no seu dispositivo Android, que nem necessita de VPN para o processo. Caso tenha um iPhone, o processo é um pouco mais complicado, pois envolve alterar a localização da App Store e necessita de usar uma VPN para a tarefa.

A ideia base do Threads é ser o mais parecido possível com o que se encontra no Twitter. Os utilizadores que estejam a sair de uma plataforma podem rapidamente integrar-se na outra, sem grandes curvas de aprendizagem.

O processo de registo da conta é relativamente simples: basta realizar o login com a sua conta do Instagram – obrigatória para a tarefa. Os dados podem ser importados do Instagram ou criados “de raiz”.

No processo de configuração da conta existe ainda uma opção que permite marcar os amigos que pretende seguir, conforme os que tenha no Instagram. Quando os mesmos se inscreverem na Threads, serão automaticamente seguidos – ou no caso de já se encontrarem, permite rapidamente que os encontre.

perfil dentro do threads

Além disso, o nome de utilizador do Threads encontra-se diretamente associado com o do Instagram. As duas plataformas estão interligadas, e portanto, caso pretenda alterar o nome de uma, terá também de alterar o nome noutra – apesar de as descrições e imagens de perfil poderem ser diferentes.

> Dentro da Rede

Realizando a configuração inicial, possui acesso à timeline da plataforma. Os utilizadores do Twitter rapidamente vão identificar alguns aspetos similares.

As mensagens surgem num scroll infinito, sendo que a linha de tempo apresenta os conteúdos com base nos algoritmos da Meta. Os conteúdos de amigos podem surgir juntamente com contas que a Meta considere serem apropriadas ou recomendadas para si.

Timeline do Threads

Não existe forma de colocar os conteúdos a surgirem cronologicamente, como no Twitter, embora a empresa afirme que se encontra a trabalhar nessa funcionalidade.

Cada publicação conta com a opção de gostar da mensagem, comentar, fazer quote ou partilhar em outras apps. Obviamente, na partilha com outras aplicações, o destaque é dado para a partilha no Instagram e nas Stories, onde uma mensagem pode rapidamente ser convertida numa publicação – com direito a uma imagem de fundo personalizada e tudo.

As publicações possuem um limite de 500 carateres, e podem ser incluídos vídeos, fotos e imagens animadas. A Meta afirma que o Threads é baseado na rede ActivityPub, a mesma que se encontra no Mastodon – mas por enquanto, a integração pública ainda não é possível.

Com isto, no futuro, é possível que os utilizadores possam acompanhar os conteúdos que são publicados noutras plataformas da rede – incluindo com utilizadores do Mastodon.

Mensagem dentro do Threads

Ao criar uma nova publicação, os utilizadores possuem ainda a capacidade de alterar as suas configurações para limitar quem pode responder nas mesmas. É possível configurar para que qualquer um possa responder, apenas perfis que o utilizador siga diretamente ou apenas perfis mencionados na mensagem.

criar nova mensagem no threads da meta

No entanto, a plataforma ainda se encontra algo limitada. Isto porque algumas funcionalidades consideradas como “básicas” não se encontram disponíveis. Entre estas encontra-se a capacidade de guardar uma mensagem na conta do utilizador, ou até de usar hashtags.

Também se deve ter em conta que a pesquisa apenas permite encontrar outras contas na plataforma – não existe forma de pesquisar por um conteúdo em particular.

Ao mesmo tempo, existem também alguns problemas com as aplicações, dependendo da versão do sistema operativo que se esteja a usar. Alguns utilizadores do iOS reportam que a aplicação pode bloquear quando se tenta enviar fotos e vídeos pela mesma diretamente. Alguns utilizadores do Android também reportam esta situação, juntamente com a lentidão no acesso a algumas áreas.

Outro ponto a ter em conta é o facto que não existe uma versão web. Todas as funcionalidades apenas se encontram disponíveis para a aplicação no Android e iOS – embora a versão web deva surgir em algum momento no futuro.

É possível que a maioria destes problemas venham a ser resolvidos em futuras atualizações das apps, tendo em conta que ainda é bastante cedo para tal.

pesquisa dentro do Threads

No final, o Threads possui o potencial de ser uma rede alternativa para quem esteja a tentar sair do Twitter. Possui todas as funcionalidades base que se pretendem, e a sua integração com o Instagram torna-a muito mais simples de usar que outras como o Mastodon.

Resta agora esperar que a app venha a ficar oficialmente disponível em Portugal, que tendo em conta as mais recentes informações, ainda pode demorar algum tempo. A app encontra-se atualmente a aguardar a aprovação das autoridades europeias, e a adaptar os seus termos de serviço para o controlo mais apertado a nível de privacidade que existe na UE.

E já agora, se está a experimentar a plataforma, não se esqueça de acompanhar o TugaTech por lá.

(TT)