Em Portugal, projeto está a ser desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, sediada em Vila Real. Espanha, França, Itália e Marrocos também têm centros de investigação envolvidos.
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver um projeto de rega inteligente que pode ajudar a poupar até 50% de água, nomeadamente na rega de vinha, na Região Demarcada do Douro.
As alterações climáticas têm vindo a demonstrar que os recursos hídricos disponíveis são cada vez mais escassos, o que exige maior eficiência no seu uso, nomeadamente na rega de culturas agrícolas.
A UTAD, em Vila Real, está a trabalhar no setor da viticultura, no âmbito de um projeto europeu que envolve outros países (Itália, Espanha, França e Marrocos) e outras culturas agrícolas, sendo que a vinha só não é comum à nação africana.
O projeto chama-se DATI, sigla em inglês que em português se traduz por Tecnologias Digitais para Rega Eficiente na Agricultura. Está a meio de quatro anos de desenvolvimento e é financiado pela Comissão Europeia.
O professor e investigador da UTAD, Joaquim João Sousa, salienta que o objetivo é tentar resolver o problema da escassez de água, estudando no terreno como é que, “mantendo a produção e a qualidade das uvas, se poderá reduzir o consumo de água”.
O DATI recorre a “novas tecnologias de baixo custo” para, de uma maneira “rápida, eficaz e intuitiva”, o agricultor poder saber “que tipo de aplicação de água deve fazer na sua cultura”. Ou seja, “não tem de processar nada, nem ter grandes equipamentos para receber informação e saber quantos litros de água deve gastar”.
De acordo com o investigador, “bastará recorrer ao telemóvel para saber, em determinado dia, quanta água deve aplicar”. A rega recomendada será sempre “deficitária”, para ver se “com 50% do habitual” se consegue atingir o objetivo.
A informação das necessidades hídricas está a ser captada por sensores de baixo custo colocados junto a alguns pés de videiras. “O que fazemos é, tendo várias parcelas com quantidades de água diferentes, estudar qual foi o impacto da redução da rega nas plantas”, explica Raul Morais, outro investigador da UTAD envolvido no projeto. Os dados recolhidos pelos sensores são depois complementados com imagens térmicas recolhidas com a ajuda de drones.
Se, dentro de dois anos, os investigadores da UTAD provarem que é possível garantir a mesma quantidade e qualidade de produção da vinha, gastando metade da água para rega, o objetivo do DATI terá sido alcançado.
(TSF)