Meredith Whittaker, presidente da Signal: “Não teremos um bom futuro se não tivermos os meios para comunicar de forma privada”

By | 30/11/2022
Em entrevista à Exame Informática, a especialista em privacidade afirma que quem usa as plataformas do Facebook fica sujeito à “vigilância” da tecnológica e que só nos últimos anos é que foi possível provar os estragos provocados por “um poderoso aparato de vigilância nas mãos de um pequeno grupo de empresas”. Meredith Whittaker tem nela um espírito indomável e ao assumir a presidência da Signal, escolheu a missão de “garantir que todos no mundo podem falar facilmente com alguém de uma forma que é verdadeiramente privada”

Meredith Whittaker é uma das mais conhecidas vozes que nos últimos anos criticaram fortemente as práticas e modelos de negócio polémicos das grandes empresas de tecnologia. Foi inclusive um dos rostos do mega-protesto, feito em 2018, que juntou 20 mil funcionários – ela incluída – contra a Google, pela forma como a empresa lidou com casos de assédio sexual e investigação militar. Desde setembro que é presidente da Signal, organização sem fins lucrativos responsável pela popular aplicação de comunicação encriptada. Esteve em Lisboa para participar na Web Summit, oportunidade que aproveitou para voltar a apontar o dedo à atuação das grandes tecnológicas, às tentativas para minar os sistemas de comunicação encriptados e revelou o que podemos esperar do Signal nos próximos tempos.

Vi a apresentação que fez no palco principal [da Web Summit] e disse que a tecnologia, nos últimos 20 anos, tornou-se numa espécie de piada repetitiva