Um dos principais bancos de investimento do mundo, a Goldman Sachs acredita que o boom da inteligência artificial está longe de abrandar. E será que investir massivamente nesta fase vai garantir destaque no futuro?
Uma nota de análise do banco de investimento Goldman Sachs vem tranquilizar os receios cada vez mais iminentes em Wall Street, ao considerar que o imenso potencial da tecnologia ainda por concretizar torna quase certo que o boom da IA ainda está no seu início.
Não perca nenhuma notícia importante da atualidade de tecnologia e acompanhe tudo em tek.sapo.pt
“O enorme valor económico prometido pela IA generativa justifica o investimento atual em infraestrutura, e os níveis gerais de investimento em IA parecem sustentáveis, desde que as empresas esperem que o investimento atual gere retornos acima da média a longo prazo”, refere a nota citada pelo site Business Insider.
“Embora o investimento deva eventualmente moderar-se à medida que o ciclo de investimento em IA ultrapassa a fase de construção e os custos decrescentes de hardware dominam, o contexto tecnológico ainda parece favorável à continuação do investimento em IA”.
Os analistas do banco justificam a previsão com dois argumentos principais: as aplicações de IA já estão a proporcionar ganhos de produtividade onde são implementadas, e para aproveitar esses ganhos é necessária uma enorme capacidade de computação.
Contas da mesma fonte estimam que a longo prazo, a adoção generalizada da IA pode contribuir em 20 biliões de dólares para a economia americana, sendo que, desse valor, 8 biliões irão para as empresas como rendimentos de capital.
Esses ganhos vão advir de uma aceleração na automatização de tarefas, que ajudará a reduzir os custos de mão de obra e a aumentar níveis de produtividade. “As nossas estimativas de base sugerem um aumento bruto de 15% na produtividade da mão de obra em toda a economia dos EUA após a adoção total, o que esperamos que se concretize ao longo de um período de 10 anos”, antecipa-se.
Para chegar a estas vantagens é preciso continuar a investir em força. Para já o nível de investimento é considerado adequado, mas está longe de ter atingido um volume suficiente para potenciar os ganhos que se quer atingir. A prova disso está na história.
Nos booms tecnológicos anteriores os investimentos em tecnologia terão correspondido a valores entre os 2 e os 5% do PIB, tendo como referência o mercado norte-americano. Os investimentos em IA não irão neste momento além de 1% do PIB, para um total previsto este ano de 300 mil milhões de dólares.
Ainda assim, as dúvidas que pairam sobre o sector são consideradas válidas e uma delas é saber se investir massivamente na tecnologia e em infraestruturas nesta fase inicial vai assegurar uma posição de privilégio no futuro.
Pode não assegurar, admite a Goldman Sachs, mais uma vez olhando para história, que tantas vezes tem mostrado que quem chega mais tarde a determinado mercado também pode vingar. Muitas vezes isso acontece porque nessa fase surge a oportunidade de comprar ativos a preço mais baixos, vendidos por quem não conseguiu manter-se na corrida. É uma forma de entrar no mercado já com o know-how que outros levaram anos para construir. A história mostra que por vezes resulta, noutras nem por isso.
((Teksapo)
