Nesta segunda-feira (30), manifestantes do grupo ativista PauseAI se reuniram em frente ao escritório da Google DeepMind, em Londres, para protestar contra o que consideram uma quebra de compromisso da empresa em relação à segurança da inteligência artificial.
Com cartazes, discursos e até uma encenação de julgamento simbólico, o grupo pediu mais transparência nos testes realizados com os modelos mais avançados da empresa, como o recém-lançado Gemini 2.5 Pro
.
O foco principal do protesto foi uma promessa feita pelo Google durante a Cúpula de Segurança em IA realizada em 2024, na Coreia do Sul. Na ocasião, a empresa afirmou que permitiria avaliações externas de seus modelos e divulgaria detalhes sobre o envolvimento de entidades independentes e governamentais na análise de riscos.
No entanto, ao lançar a nova versão do Gemini em abril deste ano, o Google não cumpriu esses compromissos, alegando que o modelo ainda era “experimental”.
Apesar de a empresa ter divulgado um “model card” com algumas informações sobre segurança semanas depois, o documento foi criticado por especialistas por ser superficial e por não esclarecer quem foram os avaliadores externos envolvidos.
Para o PauseAI, isso não é suficiente. A coordenadora do grupo, Ella Hughes, alertou que esse tipo de comportamento pode abrir precedentes perigosos.
“Se deixarmos o Google quebrar sua palavra, enviamos a mensagem de que compromissos com o público podem ser ignorados”, afirmou.
Ela ainda destacou a falta de regulamentação no setor, comparando: “Hoje, empresas de IA são menos reguladas do que lanchonetes”.
O fundador do grupo, Joep Meindertsma, afirmou que a mobilização ainda está no início, mas que já há conversas com parlamentares do Reino Unido.
Ele também comentou que, apesar de ser usuário frequente de ferramentas de IA, como as desenvolvidas pelo próprio Google, vê com preocupação a velocidade com que os avanços estão ocorrendo.
“Essas ferramentas são incrivelmente poderosas, e é justamente isso que nos preocupa”, disse.
Até o momento, o Google não se pronunciou oficialmente sobre o protesto.
(Googledisocvery)