Erupção solar 40 vezes maior que a Terra alcança Mercúrio

By | 24/03/2024

No início do mês, uma explosão solar imensa lançou plasma pelo espaço, possivelmente causando auroras de raios X em Mercúrio.

No início do mês, nosso astro liberou uma explosão 40 vezes maior que nosso mundo, lançando uma grande nuvem de plasma pelo espaço. É possível que o fenômeno tenha causado auroras de raios X em Mercúrio, diretamente atingido pelo fenômeno.

Parece que a erupção foi causada por uma explosão ocorrida no dia 9, conforme dados do observatório Solar Dynamics (SDO), da NASA. Naquele dia, o SDO flagrou um grande filamento de plasma escurecido, que explodiu no lado afastado do Sol.

A quantidade de plasma liberada sugere que a explosão se estendeu por aproximadamente 500 mil km. O SDO revelou também que o fenômeno abriu uma espécie de “cânion de fogo” na superfície solar, e liberou ainda uma ejeção de massa coronal (CME) que atingiu Mercúrio no dia seguinte.

As ejeções de massa coronal são nuvens de plasma magnetizado e radiação que viajam rapidamente pelo espaço. Assim, este e outros eventos podem indicar que nossa estrela já chegou ao máximo solar, nome dado ao pico de atividade em seu ciclo de 11 anos.

Mercúrio e a erupção solar

Esta não foi a primeira vez que Mercúrio foi atingido pelas partículas do Sol, e também não vai ser a última. O planeta fica à distância média de 58 milhões de quilômetros do Sol, o equivalente a 0,4 unidade astronômica — cada unidade representa a distância entre o Sol e a Terra.

Representação de chuva de elétrons em Mercúrio observada pela sonda BepiColombo
Representação de chuva de elétrons em Mercúrio observada pela sonda BepiColombo (Imagem: Reprodução/Sae AIZAWA)

O bombardeio de partículas do Sol fez com que Mercúrio praticamente não tenha magnetosfera protetora, o que o torna um mundo bastante exposto a estes fenômenos. Um estudo publicado em 2023 mostrou que, quando os elétrons das CMEs atingem a superfície de Mercúrio, eles desaceleram e liberam energia em raios X.

Estas emissões são parecidas com as auroras boreais e austrais, que também são causadas pelas interações entre as partículas solares e o campo magnético da Terra. No caso de Mercúrio, as emissões do fenômeno recente não seriam visíveis para nossos olhos, se tiverem acontecido. Por outro lado, elas podem ser detectadas da Terra.

Fonte: Spaceweather

(Engenhariae)