Pesquisadores alemães miniaturizaram um acelerador de partículas em um chip, reduzindo drasticamente seu tamanho em comparação com os gigantescos aceleradores tradicionais. Essa inovação tem o potencial de revolucionar a medicina, permitindo a administração direcionada de radioterapia em tratamentos contra o câncer e outras aplicações avançadas, embora os cientistas busquem ainda aumentar a energia e a corrente dos elétrons no chip.
Por mais de uma década, os pesquisadores têm perseguido a miniaturização de aceleradores de partículas, tipicamente utilizando raios laser para impulsionar elétrons. Essa busca pela miniaturização é crucial devido às vastas aplicações dos aceleradores de partículas em indústrias, pesquisa científica e assistência médica. No entanto, essas máquinas frequentemente ocupam muito espaço e requerem grandes instalações de pesquisa, resultando em custos significativos.
Tomás Chlouba e sua equipe na Universidade Friedrich-Alexander, na Alemanha, alcançaram um marco notável ao desenvolver um microacelerador de partículas integrado em um chip. Este microacelerador é notavelmente compacto, com apenas 500 micrômetros de comprimento e 225 nanômetros de largura, em comparação com o colossal Grande Colisor de Hádrons (LHC) na Europa, que possui 27 quilômetros de extensão. Surpreendentemente, o microacelerador conseguiu aumentar a energia dos elétrons de 28,4 quiloelétron-volts (keV) para 40,7 keV, resultando em um aumento de 43% na energia.
Essa conquista da miniaturização de aceleradores de partículas em chips abre portas para aplicações inovadoras, como a possibilidade de administrar radioterapia de forma direcionada em áreas específicas do corpo, destacando seu potencial revolucionário nos tratamentos médicos, particularmente no combate ao câncer.
Os pesquisadores combinaram duas técnicas para acelerar partículas em curtas distâncias: a focalização de fase alternada, que utiliza um laser para guiar elétrons e injetar energia, e um sistema de nanoestruturas geométricas em forma de pilar que focaliza e liberta repetidamente ondas eletrônicas. Esta inovação abre caminho para aplicações médicas mais avançadas, mas a equipe pretende aumentar o ganho de energia e a corrente dos elétrons, talvez expandindo as estruturas ou utilizando múltiplos canais próximos.
(Engenhariae)