Durante o julgamento antitruste em curso contra o Google, surgiram novas informações sobre os bastidores da empresa.
Em fevereiro de 2019, o Google declarou um “Código Amarelo” após uma desaceleração nas consultas dos usuários, o que levantou questões sobre a relação entre a Pesquisa e os Anúncios.
Ben Gomes, então chefe da Pesquisa do Google, expressou preocupação com a tênue linha entre essas áreas, de acordo com e-mails revelados durante o julgamento.
A revelação desses e-mails desperta preocupações sobre uma possível priorização dos lucros por parte do Google em detrimento dos interesses dos usuários.
Em um dos e-mails de 2019, Gomes, descrito como “frustrado”, afirmou que a equipe de Pesquisa estava se aproximando demais do dinheiro.
Ele expressou preocupação de que o foco excessivo nos anúncios estivesse prejudicando o produto e a empresa.
“Acho que é bom para nós aspirarmos ao crescimento das consultas e aspirarmos a mais utilizadores. Mas acho que estamos nos envolvendo demais com anúncios para o bem do produto e da empresa.”
“Estou ficando preocupado porque o crescimento é tudo em que pensamos.”
“Poderíamos aumentar as consultas facilmente no curto prazo de maneiras negativas para o usuário (desativar a correção ortográfica, desativar a melhoria de classificação, colocar refinamentos em toda a página).”
Ben Gomes
Após sete semanas de “emergência”, o Google criou uma nova métrica para medir grupos de consultas, em vez de contabilizar consultas individuais dos usuários.
Essa mudança ocorreu como consequência direta do “Código Amarelo”. Pouco tempo depois, Gomes deixou seu cargo e Prabhakar Raghavan assumiu como novo chefe da Pesquisa do Google.
(GoogleDiscovery)