Os passageiros podem ameaçar satélites e redes elétricas, bem como influenciar o clima global
O Sol está mostrando atividade surpreendentemente intensa para este estágio do ciclo solar, o que poderia indicar uma mudança em seu comportamento magnético. Este é um desafio para os cientistas e também uma oportunidade de aprender mais sobre esta estrela que nos dá vida.
O Sol é uma estrela dinâmica que muda constantemente a sua aparência e comportamento. Sua atividade é medida pelo número e complexidade das manchas solares, que são regiões escuras e frias onde campos magnéticos intensos emergem do interior do Sol. Esses campos magnéticos podem gerar fenômenos espetaculares, como erupções solares, ejeções de massa coronal e auroras polares.
A atividade solar segue um ciclo de aproximadamente 11 anos, no qual passa por fases de mínimo e máximo. No mínimo, o Sol tem poucos pontos e é mais silencioso. No seu melhor, o Sol tem muitos pontos e é mais agitado.
O ciclo atual, número 25 desde que começaram em 1755, começou com o mínimo de dezembro de 2019, com uma média de apenas 1,8 pontos por mês. Agora, o Sol está se movendo em direção ao seu máximo, o que deve acontecer em 2024 ou 2025.
Atividade sem solução
No entanto, alguns cientistas observaram que o Sol está mostrando atividade anormalmente alta para este estágio do ciclo. De acordo com um artigo publicado na revista Science, o Sun atingiu um nível de atividade que não é visto há mais de 20 anos em julho de 2023.
Os pesquisadores analisaram dados do Observatório de Dinâmica Solar da NASA (SDO), uma sonda espacial que observa o Sol com três instrumentos diferentes. Eles descobriram que o Sol emitiu mais de 120 erupções solares (moderados) de classe (moderado) e mais de 10 erupções solares de classe X (extremo) em apenas sete meses.
Esses números excedem os registrados ao longo do ciclo anterior, o número 24, que foi moderado e atingiu o pico em 2014, mas a revista Science especifica que o Sol pareceu 159 manchas solares em julho e 115 em agosto deste ano, desconcertando ainda mais os cientistas.
Fase de transição
Os cientistas sugerem que o Sol está passando por uma fase de transição entre dois regimes magnéticos diferentes. O primeiro é aquele que dominou durante os últimos quatro ciclos solares, de 1976 a 2019, e é caracterizado por atividade moderada e regular.
O segundo é aquele que poderia dominar a partir de agora, e é caracterizado por uma atividade mais intensa e irregular. Essa mudança pode ser devido a uma alteração no dínamo solar, o mecanismo que gera os campos magnéticos do Sol a partir do movimento de seu plasma interno.
Acredita-se que as bandas de campo magnético que viajam sob a pele do Sol poderiam estar interagindo, às vezes construtivamente, o que levaria ao aumento da atividade solar que estamos detectando.
Implicações tangíveis
O aumento da atividade solar tem implicações para a Terra e seus habitantes. Por um lado, pode afetar o clima espacial, ou seja, o estado da atmosfera superior, a magnetosfera e a ionosfera terrestre.
Essas camadas podem ser alteradas pelas partículas e radiação emitida pelo Sol, especialmente quando ocorre uma ejeção de massa coronal direcionada ao nosso planeta.
Esses distúrbios podem causar problemas em satélites artificiais, comunicações, sistemas de navegação, redes de energia e astronautas em órbita.
E também o clima global
Por outro lado, eles também podem afetar o clima global, ou seja, o estado médio da baixa atmosfera e a superfície da Terra.
A radiação solar varia em cerca de 0,1% durante o ciclo solar, o que pode influenciar a temperatura, pressão, umidade e circulação atmosférica.
No entanto, este efeito é pequeno em comparação com o das mudanças climáticas causadas pelas emissões humanas de gases de efeito estufa. Portanto, o atual máximo solar não deve retardar ou reverter o aquecimento global, de acordo com os cientistas.
(Tendencia21)