Serragem de madeira remove quase 100% dos microplásticos da água

By | 17/09/2023

Pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica desenvolveram um filtro à base de materiais renováveis, como taninos de plantas e serragem de madeira, capaz de reter quase todas as partículas microplásticas na água, apresentando potencial para aplicação em larga escala após testes bem-sucedidos em laboratório e modelos de camundongos.

Pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica liderados por Yu Wang exploraram a capacidade das plantas de oferecer uma solução para a poluição por microplásticos. Ao adicionar taninos, compostos naturais encontrados em plantas, a uma camada de pó de madeira, eles desenvolveram um filtro capaz de reter praticamente todas as partículas microplásticas presentes na água. Embora a demonstração tenha ocorrido em escala de laboratório, a equipe acredita que essa solução possa ser facilmente ampliada de maneira econômica com a parceria certa na indústria.

Ao contrário dos filtros de plástico, esse filtro não agrava a poluição, pois utiliza materiais renováveis e biodegradáveis, como ácidos tânicos de plantas, cascas, madeira e folhas, e serragem de madeira – um subproduto florestal amplamente disponível e renovável. Essa pesquisa reflete uma tendência crescente de explorar a madeira como uma solução sustentável para abordar questões ambientais.

Diagrama da Captura de Microplásticos por Filtro de Madeira e Compostos Vegetais
(Foto: Yu Wang)

A equipe de pesquisa testou sua técnica de captura de microplásticos, chamada de bioCap (biocaptura de plásticos), em micropartículas liberadas por saquinhos de chá feitos de polipropileno, alcançando uma eficácia de 95,2% a 99,9%, dependendo do tipo de plástico. Além disso, o método foi testado em modelos de camundongos, demonstrando a capacidade de evitar o acúmulo de microplásticos em órgãos.

A técnica mostrou versatilidade ao capturar partículas plásticas de diferentes dimensões e tipos de polímeros, abrangendo microfibras de roupas, microesferas de produtos de limpeza, espumas e pellets de utensílios e embalagens. O próximo passo é encontrar um parceiro na indústria para a aplicação prática da técnica fora do laboratório.

(Engenhariae)