As avaliações de 10/10 e 100% não são justificáveis. E muito menos falar-se em jogo do ano!
A revolta dos Gamers contra avaliações extremas em jogos que não o justificam são cada vez mais! E Starfield é o último exemplo de como os media podem ser pouco imparciais, e se vergam às empresas, sob pena de perderem a possibilidade de avaliação gratuita dos seus produtos.
Mas o mais flagrante aqui é que Starfield é mais um jogo que, ao estilo de Halo, possui severos problemas, mas que, os fans XBox, de tão ávidos de passarem ao mercado uma imagem de que possuem produtos de elevadíssima qualidade, ignoram completamente nas análises. E há mesmo quem fale de jogo do ano, como se fosse aceitável um jogo assim estar sequer nomeado.
Não vamos querer com isto dizer que Starfield , devido a tal, um mau jogo. Não o jogamos e dessa forma nem nos atrevemos a avalia-lo. No entanto há parâmetros que são objetivos e que não podem deixar de ser citados e que tornam estas avaliações pelos valores máximos em algo ridículo.
Será de se referir que um bom jogo não precisa forçosamente de ter um grafismo de topo, de ter animações “motion captured”, de ter uma física impecável, ou uma IA perfeita. Mas se isso é uma realidade, tudo depende do estilo de jogo e do que este se propõem alcançar.
Starfield é um AAA. E apesar do seu mundo Sci-fi, propõem-se ser relativamente realista. Um universo populado por humanos, onde a exploração espacial é o tema. E nesse sentido, as falhas que possam existir nas animações, física, e IA quebram o ambiente.
E neste jogo chama-nos a atenção as animações das personagens. São terríveis, mal executadas e com movimentos nada credíveis e realistas. Basicamente estão uma década atrasada face ao que de melhor se faz hoje em dia. Basicamente são algo que quebra o ambiente.
O facto de o jogo estar longe de ser um universo aberto como prometido também é algo a se ter em conta. A expectativa era de que os planetas fossem exploráveis a 100%, como o são em No Mans’s Sky. Mas aqui o que temos são zonas de aterragem pré definidas e não livres, e a não terem qualquer conexão entre si, mesmo quando perto umas das outras. O que isto quer dizer é que se o jogador aterrar a 1 Km de distância de um local e se se mover na direção do mesmo, nunca o encontrará, mesmo que percorra distâncias bem superiores ao 1 Km. Isto porque as zonas são todas elas estanques. E este é um outro fator que é uma quebra no ambiente.
Falando em ambiente, um jogo tem de ter uma envolvência que cative, com uma história envolvente e que nos prende pelos sentimentos. Basicamente o fazer o jogador viver o jogo e a história são aquilo que define os melhores jogos atuais. Mas aqui, apesar de nunca termos jogado o jogo e como tal só nos podermos guiar por reviews de terceiros, o facto de o responsável máximo da Bethesda vir a público a dizer que o jogo só começa verdadeiramente após se terminar a missão principal, deixa no ar questões altamente duvidosas algo sobre a qualidade da narrativa e envolvência do jogo. Porque se o jogo só começa verdadeiramente depois da missão principal, o mais certo é que muitos abandonem o jogo antes disso!
Mas o que entendo como o maior off deste jogo é a sua IA. E se é certo que poderíamos pegar em muitas componente de um jogo para o elogiar ou criticar, neste caso a Inteligência Artificial presente nos NPCs é mais do que suficiente para, só por si, permitir fazer isso!
A inteligência artificial deste jogo, e presente nos NPCs é das coisas mais aberrantes que já vi dos últimos tempos. Na realidade temos ali mais uma EA ou Estupidez artificial, do que uma IA.
As consequências desta má IA são o quebrar de todo o interesse no jogo. Os combates tornam-se falsos e meros pro-forma, algumas cenas torna-se ridículas, e toda a gestão da vida inteligente neste universo torna-se uma falácia.
Esta situação que torna os NPCs altamente estúpidos e com tremenda dificuldade em matar o jogador, mesmo com este parado, sendo eles mesmos esponjas de balas, tornam a componente do combate em algo patético. E mais se tornam quando durante um combate com trocas de balas vemos os NPCs sentados nas esplanadas e a manterem-se sem reação, só se movendo se atingidos por balas.
Mas há depois outras cenas caricatas que pude ver, como uma esplanada aberta com mesas e bebidas num planeta com temperaturas de -40 graus, e NPCs de T-shirt de manga curta. Situações que se tornam algo ridículas e que quebram todo e qualquer ambiente. Por muito bom que este jogo possa ser, estás situações são ridículas e, pessoalmente, tiram-me toda a vontade de sequer o experimentar.
O vídeo que se segue, e que não é um apanhado de situações incomuns, mas sim algo que de forma direta ou fácil todos podem experimentar e confirmar, mostra alguns problemas existentes, incidindo particularmente sobre a Inteligência artificial deste jogo de nova geração em ação. E convêm vincar que este não é um jogo qualquer, mas sim um jogo de nova geração, vindo de um estúdio AAA, com um orçamento que se estima poderá ter passado os 200 milhões.
Que o jogo possa ser extraordinário na sua jogabilidade, e no seu global, aceita-se e nem estamos em posição de o contradizer. Mas que, perante estas situações, não é um jogo que mereça a nota máxima, na nossa forma de ver e avaliar as coisas, não é. E basta uma IA como a de cima para se perceber que, no mínimo, há argumentos para se dizer isslo! E o que nos choca mais é que quando lemos as reviews com nota máxima… não há uma única referencia ao assunto!
E isso é, soa-nos a um enganar o patego!
Daí que boas notas, podem ser justificadas. Mas notas perfeitas perante estas realidades é algo que não se aceita ou compreenda. Será de se referir que as notas são um fator comparativo, e elas existem não para serem dadas arbitrariamente, mas de uma forma em que o jogo seja enquadrado comparativamente ao resto que há no mercado. E não falamos do estilo ser western, sci-fi, aventura, combate ou exploratório, mas sim no enquadramento geral de tudo o que constitui um jogo, nomeadamente, som, gráficos, animação, envolvência, história, jogabilidade, física, etc, etc. Daí que entendemos que num jogo com estas falhas haver uma nota máxima é claramente falsificar essa realidade comparativa a favor de interesses ou gostos pessoais.
Para quem quiser perder mais uns minutinhos, eis um vídeo que compara a IA e a física de Starfield com um outro jogo, igualmente longe de ser um exemplo, o cyberpunk 2077.