O humanoide que vai substituir os humanos está pronto a trabalhar

By | 31/08/2023

Começa uma nova era: um trabalhador humanoide vai substituir humanos pela primeira vez. Após décadas de sonhos de ficção científica, o robô Apollo 1 dá início a uma revolução no tecido industrial a nível global.

A era da automação total está a dar um salto gigantesco com o lançamento do Apollo 1, o primeiro trabalhador humanoide funcional.

Desenvolvido pela empresa de robótica Apptronik, em colaboração com o estúdio de design Argodesign, o Apollo 1 promete redefinir a paisagem industrial global e a relação entre humanos e máquinas.

Ao contrário dos clichês robóticos da cultura pop, o Apollo 1 foi projetado para ser um robô com uma abordagem humanista, mas sem pretensões de ser humano.

“O desafio era criar um robô que se integrasse de forma quase transparente no ambiente de trabalho humano, sendo tanto funcional como compreensível para todos”, explica ao El Confidencial o fundador e director criativo da Argodesign, Mark Rolston. “E, claro, sem provocar uma sensação de ameaça”.

 

A equipa da Argodesign teve que enfrentar o desafio de fazer com que o Apollo 1 não fosse ameaçador. Alguns dos designs lembravam crânios, especialmente os de faces convexas.

Ao contrário das faces convexas, a face côncava e oca que acabaram por escolher elimina  sensação de que o robô é uma ameaça — talvez porque as nossas próprias faces são percebidas como convexas.

O Apollo 1 tem um ecrã de tinta eletrónica no rosto que serve mais do que para apenas desenhar sorrisos —  permite ao robô comunicar de forma não-verbal, transmitindo emoções, intenções e mensagens simples através de ícones e símbolos.

Esta pedra angular da experiência do utilizador distingue o Apollo 1 de outros protótipos de robôs que usam comunicação oral e, diz Rolston, “faz com que o Optimus de Elon Musk pareça um autómato barato retirado de um mau filme de Will Smith.

O que realmente diferencia Apollo 1 é a sua “alma elétrica”. Ao contrário dos robôs que usam “músculos” pneumáticos, usa componentes elétricos para um controlo e resposta precisos.

Além disso, graças a um sistema inovador de baterias intercambiáveis, pode funcionar quase sem interrupções, oferecendo uma autonomia de até quatro horas. “Queríamos ter a certeza de que o Apollo pudesse trabalhar continuamente sem longos períodos de inatividade”, explica Rolston.

A Argodesign e a Apptronik foram meticulosas em todos os aspetos do design de Apollo 1. Da distância entre os olhos até ao uso de tecido entrelaçado para suavizar a sua aparência mecânica, o estúdio explorou diversas influências estilísticas, do minimalismo da Apple e as linhas aerodinâmicas das motas desportivas.

Mas a revolução do Apollo 1 está apenas a começar.

A equipa da Apptronik está a trabalhar para melhorar a destreza das mãos do robô (que ainda não consegue lavar a loiça suja). E enquanto a tecnologia de IA avança, espera que o Apollo 1 compreenda e responda às emoções humanas de uma forma mais matizada.

O Apollo 1 não é a Alexa. Isso virá mais tarde, quando a Inteligência Artificial  estiver à altura. Precisamente por isso, a linguagem atual limita-se a este ecrã de tinta eletrónica e a símbolos”, diz Rolston.

O Apollo 1 é um salto da gigante que nos transporta da ficção científica para a realidade, mas teremos que esperar até 2024, quando começar a ser instalado nas empresas, para ver se cumpre a sua promessa: libertar os humanos de tarefas monótonas, stressantes ou perigosas. E, já agora, de lavar a loiça suja.

(ZAP)