Google agora permite remover ‘nudes’ da internet e vai desfocar imagens explícitas

By | 06/08/2023

O Google está constantemente a vasculhar a web à procura de novos conteúdos para indexar como resultados no motor de busca. E dentro dos milhões de conteúdos que são apanhados nesta rede de arrasto digital gigantesca, há de tudo um pouco – de notícias, a artigos em lojas online, a fotos de gatos fofinhos, a imagens roubadas e partilhadas sem o consentimento (e conhecimento) das pessoas. Nesta quinta-feira, a tecnológica norte-americana está a anunciar novos mecanismos que dão aos utilizadores uma hipótese de removerem fotos e dados pessoais do motor de busca.

Um dos anúncios que a Google está a fazer é a disponibilização de uma ferramenta que permite pedir que imagens pessoais e sexualmente explícitas (que mostre a pessoa nua, num ato sexual ou num momento de intimidade), que foram partilhadas na chamada ‘web pública’ sem o consentimento do utilizador, sejam removidas do motor de busca. Basta seguir este link. Esta ferramenta é direcionada sobretudo para pessoas que foram vítimas da chamada pornografia de vingança, um crime que tem vindo a crescer nos últimos anos.

A empresa sublinha, no entanto, que fotografias que estejam associadas a um negócio (como a venda de imagens íntimas através de plataformas especializadas) não serão elegíveis para remoção através desta ferramenta.

Ainda no campo das imagens explícitas, a Google anunciou que vai passar a desfocar imagens de cariz sexual ou violento (como imagens com sangue) nas pesquisas feitas no Google Imagens. O objetivo é que os utilizadores possam fazer uma pesquisa segura (sobretudo em termos ambíguos) sem terem que se deparar com imagens graficamente explícitas. “Queremos que as pessoas possam usar a pesquisa de forma confiante, inclusive em termos dos quais nunca ouviram falar”, disse Emma Highman, gestora de produto da empresa, numa apresentação antecipada à imprensa e na qual a Exame Informática marcou presença.

Esta será a partir de agora a opção pré-definida para todos os utilizadores, uma alteração que deverá começar a ser implementada ao longo das próximas semanas em todo o mundo. De salientar que apesar de esconder as imagens explícitas, os utilizadores terão, ainda assim, a hipótese de visualizar essas imagens – quando carregam numa imagem que foi desfocada, têm a possibilidade de ver a imagem sem filtro (mas neste caso, a ação já foi uma escolha do utilizador).

“É uma das maiores mudanças na forma como a pesquisa segura do Google funciona”, destacou Emma Highman.

A porta-voz explica que a Google usa uma mistura entre classificadores de conteúdos (palavras-chave atribuídas aos conteúdos indexados) e também uma tecnologia chamada de classificadores de píxeis, que ajuda a distinguir e diferenciar as imagens, para saber que imagens deve desfocar. A empresa usa ainda sinais (informações digitais de identificação) da página web à qual as imagens estão associadas para fazer a classificação. Isto significa que mesmo imagens menos explícitas, mas que estejam associadas a páginas de conteúdos explícitos, vão ser desfocadas.

E como na tecnologia não há métodos 100% infalíveis, sempre que alguém tiver uma imagem sua desfocada e não concorde com essa classificação, poderá submeter uma decisão de recurso à Google.

Apagar dados pessoais

A Google já tem uma ferramenta que permite aos utilizadores fazerem pedidos de remoção de hiperligações do motor de busca que mostrem dados pessoais (como o número de telefone ou a morada de casa). Agora, a tecnológica vai permitir fazer uma monitorização constante dessas informações. No separador Resultados sobre si, os utilizadores vão poder indicar os dados que pretende aos quais a Google esteja ‘atenta’. A empresa, sempre que detetar um novo resultado de pesquisa que inclua esses dados, irá alertar o utilizador para que possa submeter um pedido de remoção.

Por fim, a gigante norte-americana está também a anunciar uma forma mais simples de aceder às opções de controlo parental.  Agora, sempre que os utilizadores pesquisarem algo sobre controlo parental na pesquisa do Google, ser-lhe-á mostrado um ícone que dá acesso direto à página que permite a configuração desta opção de segurança e privacidade.

Todas as funcionalidades anunciadas nesta quinta-feira vão ser lançadas de forma gradual ao longo das próximas semanas.

(Exameinformatica)