Chatbots com Inteligência Artificial usados para criar dezenas de sites de conteúdos falsos

By | 06/05/2023

Há 49 novos sites que se fazem passar por órgãos de comunicação social, mas que foram criadas com recurso a chatbots como o ChatGPT e outros semelhantes. As 49 páginas, com nomes como Daily Business Post ou News Live 79, pretendem iludir os utilizadores e espalhar desinformação, fazendo-se passar por meios legítimos. Nenhuma das páginas assume estar a ser gerada e mantida por sistemas como o ChatGPT ou outros chatbots.

O relatório sobre este tema foi criado pelo NewsGuard e a existência das páginas foi confirmada também pela Bloomberg. Uma destas páginas anunciou a morte de Joe Biden e que Kamala Harris iria substituí-lo, enquanto outra tinha publicada uma notícia extensa sobre a morte de milhares de soldados na guerra da Ucrânia, com base num vídeo falso do YouTube.

As páginas enquadram-se no que se chama, em inglês, ‘quintas’ de conteúdos, com baixa qualidade e geridas por anónimos, com publicações em vários idiomas, incluindo português e inglês. Além da publicidade, algumas destas páginas ganham receitas ao permitir publicações pagas por quem queira ganhar notoriedade e outras constroem grandes comunidades nas redes sociais.

Gordon Crovitz, CEO do NewsGuard, afirma que “usar modelos de IA conhecidos por fabricar factos para produzir o que aparentam ser sites de notícias é fraude mascarada de jornalismo”, instigando tecnológicas como a OpenAI e a Google a adotarem medidas para que os modelos não sejam usados para produzir notícias.

Para a Google, a situação complica-se, uma vez que o Bard pode estar a ser usado para criar conteúdos falsos que são colocados em páginas onde há receitas provenientes dos anúncios publicitários da plataforma da empresa também. Em resposta à Bloomberg, a gigante explica que “bloqueamos e removemos anúncios se detetarmos violações” às políticas em curso e que já procedeu à remoção de publicidade em algumas páginas individuais depois de alertada pela agência de notícias.

Apesar de muitas destas páginas não parecerem ter recebido um número significativo de visitantes, nem terem conseguido criar comunidades nas redes sociais, há indícios de que pelo menos metade tenha conseguido alguns proveitos financeiros, através de publicidade.

(Exameinforamtica)