Edifícios velhos têm dias contados. DARPA está a criar cimento que se autorregenera

By | 16/04/2023

A DARPA está a desenvolver um novo tipo de cimento que tem a capacidade de se autorregenerar. A ideia será usá-lo nas instalações militares dos EUA, mas poderá vir a ter aplicações na construção civil.

O cimento é fundamental para a construção civil, servindo de base para ajudar a formar a estrutura de uma obra. No entanto, apesar da sua importância, não está livre de problemas, podendo rachar e lascar com o tempo. Isto não só resulta num edifício esteticamente desagradável como também compromete a sua segurança.

Os cientistas esforçam-se para resolver este problema e podem estar próximos de conseguir criar um cimento que se autorregenera. Um dos clientes mais interessados é, no mínimo, inesperado: o exército dos Estados Unidos.

Os militares norte-americanos entendem que este tipo de cimento seria bastante útil, em particular, nas pistas dos seus aeródromos. Não é difícil imaginar a vulnerabilidade destas estruturas. Como tal, o novo tipo de cimento poderia garantir que as pistas poderiam continuar a ser usadas seguramente pelas aeronaves.

O departamento de investigação do Pentágono, o Defense Advanced Research Projects Agency, mais conhecido pela sigla DARPA, quer desenvolver um tipo específico de cimento para instalações militares. Este avanço permitira dar o salto para a construção civil.

 

A DARPA chama-lhe BRACE, a sigla em inglês para bio-inspired restoration of old concrete edifices — restauração bioinspirada de edifícios antigos de cimento, em português.

De acordo com o Interesting Engineering, o BRACE utiliza organismos biológicos para construir um sistema vascular dentro do cimento que pode reparar rachas internamente, impedindo-as de atingir a superfície de uma estrutura. É um processo de autorregeneração semelhante aos organismos vivos.

Em comunicado, a DARPA enfatizou que “a segurança é fundamental e todas as pesquisas estarão sujeitas a revisões regulares por um laboratório independente e por agências reguladoras para garantir que as tecnologias BRACE não representem uma ameaça à saúde humana ou estrutural”.

(ZAP)