Procurando reduzir a dependência em tecnologias externas, a Índia apresentou o seu sistema mobile BharOS que diz ser à prova de malware.
A Índia tem tentado reduzir a sua dependência de tecnologias externas, não só limitando a entrada de smartphones de certos fabricantes (principalmente chineses, como a Xiaomi) como também querendo escapar ao duopólio Google-Apple no sector mobile. O resultado é um sistema operativo que diz ser uma alternativa livre da Google, e sem tracking dos utilizadores.
O BharOS (Bharat significa Índia nalguns dialectos do país) apresenta-se como um sistema mobile desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia do país, Madras, e que apresenta como destaque três pontos principais:
- NDA (No Default Apps) – sem apps pré-instaladas, dá aos utilizadores total liberdade para optarem pelas apps à sua escolha para qualquer função (email, browser, etc.)
- NOTA (Native Over The Air) – actualizações automáticas remotas que asseguram que o smartphone tem as actualizações de segurança aplicadas sem necessidade de intervenção pelo utilizador
- PASS (Private App Store Services) – o acesso às apps é feito através de app stores previamente aprovadas e que apenas dão acesso a apps com segurança garantida
Embora apenas seja referido que o sistema utiliza um kernel Linux, as imagens parecem denunciar que na verdade se trata de um sistema Android despido das dependências da Google – um pouco ao estilo do que a Huawei fez com o Harmony OS. Não que isso seja uma má opção, pelo contrário, facilita o acesso a muitas das apps Android já existentes, quer de forma directa ou necessitando apenas de poucas alterações pelos developers.
Uma das promessas feitas é que este sistema será completamente à prova de malware, o que desde logo parece ser daquelas promessas “incumpríveis”, e provavelmente referindo-se apenas à vertente de apenas ser possível instalar apps certificadas pelas app stores aprovadas. Mas, seguramente não demorará muito para que surjam vulnerabilidades nas apps ou no sistema, que deixem o sistema vulnerável a ataques, tal como o Android oficial e também o iOS da Apple.
Com mais de 1.4 mil milhões de pessoas e prestes a ultrapassar a China como país mais populoso, veremos qual o impacto que isto poderá ter a longo prazo.
(Ptnik)