“Muito brilhantes” e com uma velocidade de “300 vezes uma bala”. Vem aí uma chuva de meteoros

By | 16/12/2022

São as Geminíadas e podem ser vistas em todo o mundo, incluindo Portugal, na madrugada de 13 para 14 de dezembro. A visibilidade do fenómeno depende das condições meteorológicas e da Lua que, este ano, está em quarto minguante, o que faz com que em vez de 150 meteoros por hora sejam visíveis “entre 30 a 40”.

Chamam-se Geminíadas, acontecem todos os anos por volta desta altura e são visíveis em todo o mundo, em particular, no Hemisfério Norte. Não será exceção em Portugal, onde o pico desta chuva de meteoros será por volta das 13h00 de dia 14 de dezembro (quarta-feira), mas é durante toda a madrugada de 13 para 14 (de terça para quarta-feira) que será possível “ver melhor” estes meteoros que “geralmente são muito brilhantes”.

“As Geminíadas vão ter um pico que, infelizmente, para nós em Portugal está previsto ocorrer por volta das 13h00 de dia 14, mas os meteoros que são geralmente muito brilhantes começam a ver-se melhor na noite de 13 para 14. Durante toda essa madrugada devem ver-se bastantes meteoros, não é preciso esperar pelo pico”, explica à TSF Ricardo Cardoso Reis, do grupo de comunicação de ciência do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

“Eles [os meteoros] já estão visíveis neste momento, só que vão aumentando de número até dia 14 e depois começam a diminuir até por volta do dia 17”, adianta.

A visibilidade destas chuvas de meteoros depende das condições meteorológicas, mas também da Lua, que está em quarto minguante, iluminando “grande parte do céu durante a maior parte da noite”. Por esta razão, em vez de 150 meteoros por hora, “este ano devemos ver entre 30 a 40”.

“De qualquer das maneiras, são muito brilhantes porque a velocidade com que entram na nossa atmosfera é muito, muito grande, qualquer coisa como 300 vezes a velocidade de uma bala. Apesar de serem poucos, vai valer a pena ficar a olhar, se o tempo o permitir”, sublinha.

O que são as “curiosas” Geminíadas?

Mas afinal o que caracteriza estas chuvas? Ricardo Cardoso Reis afirma que “elas são curiosas”, isto porque “são das poucas que conhecemos que não têm origem nos detritos de um cometa, ou pelo menos de um cometa como nós normalmente conhecemos”.

“Este objeto chama-se 3200 Phaethon ou Faetonte e ainda hoje não se sabe se será um asteroide ou um núcleo rochoso de um cometa morto, ou seja, de um cometa que já não tem gelo à sua volta. Como a sua órbita o traz para perto do Sol mais ou menos a cada 1,4 anos, a Terra vai passando pelos detritos e vai fazendo estes rastos no céu dos meteoros a entrar na atmosfera”, sustenta.

Fora das grandes cidades e em locais sem luz: como observar estes meteoros?

Nas grandes cidades, a poluição luminosa dificulta a observação deste tipo de fenómenos, diminuindo o número de meteoros “para 10 ou 20 por cento”. No entanto, caso queira aproveitar a madrugada desta terça para quarta-feira para tentar observar alguns meteoros, tome nota das dicas de Ricardo Cardoso Reis:

“Este ano, em particular por causa da Lua, o único conselho será tentar tapar a luz direta da Lua. Podemos imaginar que a Lua seria o Sol e, se quiséssemos observar alguma coisa, tínhamos de estar à sombra para ver melhor. Neste caso, será uma coisa desse género: tentar encontrar uma parede de uma casa ou uma árvore que tape a luz direta do Sol para habituar os nossos olhos ao escuro e, desta maneira, devem conseguir ver-se mais uns quantos meteoros. De resto, é tentar ficar virado para a constelação de gémeos, que é de onde parecem vir todos os meteoros, ou seja, mais ou menos para Este. Depois, de preferência, ficar deitado a olhar para cima e, em princípio, eles vão aparecer em todo o céu.”

(TSF)