O acesso a plataformas de IPTV Pirata não é um fenómeno novo na Europa (ou no resto do globo). Porém, são poucas as instâncias em que a Polícia acaba a “bater à porta” dos assinantes, obrigando-os a pagar uma multa pelo dito acesso ao streaming ilegal.
O caso, inusitado na extensão e profundidade de investigação, ocorreu na Itália, com milhares de utilizadores dos serviços de IPTV Pirata a receber um aviso deveras assustador.
Ao tentar entrar nas plataformas visadas, foi-lhes apresentada a notificação de que eram investigados e rastreados através do email, credenciais de acesso e endereço de IP.
Polícia rastreou e identificou assinantes de serviços de IPTV Pirata
Mais ainda, a polícia italiana avisou também os utilizadores dos vários meios de que dispunha para identificar quem usava este tipo de serviços de streaming. Naturalmente, a preocupação apoderou-se dos utilizadores em questão, mas o mal já estava feito.
Seguiu-se, passado pouco tempo, a chegada às respetivas moradas da intimação de pagamento da multa associada às práticas de acesso indevido a canais de antena fechada. O modus operandi, inusitado na Europa, lançou várias ondas de choque.
A indústria do entretenimento mantém uma constante guerra contra a distribuição ilegal dos seus conteúdos. Porém, raramente visa o consumidor individual, uma vez que tal nunca seria uma boa prática de relações-públicas. Já as forças da autoridade têm a possibilidade para tal e, como aqui demonstramos, não se coíbem de o fazer.
Guerra ao IPTV Pirata sobe de tom na Europa
Atualmente, ao invés de visar o utilizador final, as legítimas detentoras dos direitos de autor visam sobretudo os responsáveis pelos websites e plataformas de distribuição ilegal dos seus conteúdos.
Trabalhando em sincronia com as forças de autoridade locais, na Itália tivemos assim um dos mais recentes casos de investigação, desmantelamento e chamada às responsabilidades civis e criminais.
Tal como avança a publicação Torrentfreak, as autoridades italianas têm derrubado várias redes de streaming ilegal, lançando também avisos aos próprios utilizadores. Todavia, até ao momento não haviam visado esses mesmos assinantes ou subscritores.
Esta é a carta que começou a chegar à casa dos assinantes de IPTV Pirata
Tudo mudou agora, neste final de 2022, como avança a publicação local Iilsole24ore dando conhecimento do primeiro caso em que a polícia passou do aviso para a ação. A operação terá começado em maio de 2022, com as consequências a serem agora também aplicadas aos utilizadores do serviço ilegal.
Em causa está a atividade do Nucleo Speciale Tutela Privacy e Frodi Tecnologiche, uma unidade especializada da Guardia di Finanza italiana especializada no ciber-crime.
500 serviços de IPTV Pirata foram investigados e derrubados
Tratando-se de uma operação em larga escala, informam os meios locais que cerca de meio milhar de fontes de conteúdo protegido foram visadas pelas autoridades italianas.
Para além disso, a polícia afirma ter derrubado mais de 310 infraestruturas de distribuição de streaming ilegal, com as respetivas plataformas a serem colocadas offline.
Mais ainda, a polícia afirmou ter desenvolvido, aplicado e dado início à utilização de um novo sistema de rastreamento dos utilizadores deste tipo de serviços. Afirmando ser possível identificar os utilizadores de streams piratas, o sistema começou a dar os seus frutos.
Para os utilizadores, as cartas recebidas em casa surgiram, ainda assim, como uma surpresa e com o respetivo fator de choque. De acordo com as informações disponíveis, a polícia consegue obter informações concretas sobre os utilizadores de IPTV Pirata colhendo informações junto dos fornecedores de serviço de Internet.
Por outras palavras, a polícia consegue chegar à morada dos utilizadores através de “técnicas inovadoras de investigação”, aponta fonte da Guardia di Finanza. Apelidando as operações de “decisivas”, a Itália é um bastião do combate a este tipo de atividades.